Desvendando os mistérios da autopreservação

Tolerância imunológica: células T e células B
Por: Dr. Gregory Denomme PhD, FCSMLS (D)
Nosso sistema imunológico é uma defesa poderosa contra ameaças externas, como patógenos e invasores externos. No entanto, ele também precisar distinguir entre amigos e inimigos, para poupar nossos próprios tecidos de ataques. Esse equilíbrio é obtido por meio da tolerância imunológica, que permite que as células imunológicas respondam aos perigos, ao mesmo tempo em que coexistem pacificamente com nosso organismo.
Os guardiões do autorreconhecimento: a tolerância imunológica das células T
As células T, as sentinelas versáteis do nosso sistema imunológico, passam por um processo de seleção no timo. Aquelas com alta afinidade por autoantígenos, marcadores dos nossos tecidos, são eliminadas. Isso garante que as células T que entram na corrente sanguínea consigam combater invasores externos, ao mesmo tempo em que evitam ataques às nossas próprias células.
Apesar dessa seleção, alguns antígenos externos podem ter epítopos semelhantes aos autoantígenos, um fenômeno conhecido como mimetismo antigênico. Esse mimetismo, juntamente com outros fatores imunológicos, pode, às vezes, enganar as células T de baixa afinidade para que ataquem os próprios tecidos do corpo, contribuindo para doenças autoimunes.
Os guardiões da imunidade humoral: tolerância imunológica das células B
As células B, essenciais para a produção de anticorpos, também passam por um processo de seleção na medula óssea. As células B autorreativas são eliminadas por meio de um processo chamado edição de receptores. As células B autorreativas de afinidade baixa a moderada não são eliminadas. Essas células B conseguem reagir com substâncias estranhas para garantir que o sistema imunológico possa responder a ameaças externas.
Os guardiões adaptativos: células T reguladoras modulam a resposta imunológica
Complementando o processo de seleção inicial, nosso sistema imunológico emprega um subconjunto especializado de células T conhecidas como células T reguladoras (Tregs). Essas sentinelas celulares ajudam a manter o equilíbrio imunológico suprimindo células T hiperativas. Elas produzem citocinas imunossupressoras e modulam outras células imunes, impedindo a autoimunidade.
A interação entre células T e células B
Embora as células T e as células B desempenhem papéis distintos em nossas defesas imunológicas, suas funções estão intimamente ligadas. As células T não apenas fornecem sinais críticos que facilitam a ativação e a diferenciação das células B, como também exercem controle regulatório sobre sua atividade. Essa colaboração complexa garante um equilíbrio harmonioso entre a imunidade celular e humoral, permitindo uma resposta robusta contra ameaças externas e, ao mesmo tempo, mantendo uma coexistência pacífica com nossos próprios tecidos.